História
Aquando da elevação a freguesia, em 29 de Maio de 1933, o Bárrio iniciou um novo capítulo na sua história, constituindo desde esse mesmo ano a mais nova freguesia do concelho de Alcobaça. A visita a esta freguesia proporciona o desfrute de magníficas paisagens, quer a nascente com a bela e conhecida Serra dos Candeeiros quer a poente com o mar, passando ainda pelos férteis campos do Bárrio, Cela e Valado dos Frades.
A gastronomia não pode deixar de ser mencionada e é precisamente a doçaria que distingue esta freguesia das restantes pertencentes ao concelho de Alcobaça. Assim, as Queijadas do Bárrio assumem-se como uma apetecida especialidade desta freguesia. E, para que possa ter o privilégio de saborear e apreciar uma das melhores queijadas de Portugal, fica desde já o convite para provar esta deliciosa especialidade.
No Bárrio encontra-se a Igreja Paroquial, mais conhecida por Igreja Nova. De salientar que no altar-mor está a imagem de S. Gregório Magno que veio da Ermida com o mesmo nome em Almarça (Ávila). É uma escultura quinhentista, com uma altura de 92 centímetros. O Padroeiro do Bárrio é precisamente S. Gregório, em honra do qual são realizadas, anualmente, as festas da freguesia.
Na descida a caminho de Valado dos Frades, situada nas colinas do Bárrio e debruçada sobre a antiga Lagoa da Pederneira, a Villa Romana de Parreitas é testemunho de uma ocupação humana que se estende entre os séculos I e IV, sendo herdeira de uma tradição que remonta desde o Calcolítico e se prolonga até à Alta Idade Média. Já referenciada por Vieira Natividade (professor alcobacense) nos finais do século XIX, a Villa toma-se objecto de escavação e estudo sistemáticos a partir de 1980. A casa da Villa de Parreitas apresenta uma tipologia arquitectónica mediterrânea, adaptada ao clima da região com habitações dispostas em torno de um atrium (pátio central).
O espólio encontrado é demonstrativo das diversas actividades dos habitantes daquele local, com especial relevo para as de carácter essencialmente quotidiano, incidindo também sobre a exploração agrícola e pecuária e também sobre a pesca na lagoa, fértil em todo o tipo de peixe e marisco. As cerâmicas, os utensílios relacionados com a tecelagem e a metalurgia revelam uma economia local que não deixava de parte os contactos comerciais.
Na sede da Junta de Freguesia do Bárrio pode visitar o Museu Monográfico do Bárrio. onde irá encontrar os mais importantes objectos encontrados na estação arqueológica. Este foi aberto ao público a 8 de Novembro de 1981.
Tal como afirma o tenente Francisco Nunes, a fundação do Bárrio deve-se à dominação "mourama" por dela se encontrarem vestígios, nomeadamente as ruínas de uma grande cisterna, situada próximo do lugar. Porém, várias teorias têm sido avançadas no sentido de explicar a origem do nome. Por um lado, o lexicólogo António Morais Silva considera que tem origem no espanhol bárrio que procede do árabe barr, cujo significado é terra. Por outro lado, é da opinião do douto arabista José Pedro Machado que tanto no português como no espanhol bárrio tem origem galo-céltica.